terça-feira, 21 de setembro de 2010

Outras cores

Realmente não gosto de falar de mim.
Sobre os meus medos, minhas inseguranças,
Não sou como Frida que se pintava só por ser o assunto que conhecia melhor.
Eu não me conheço, pinto as pessoas pelo meu medo da solidão, pelo medo de me conhecer, de me encontrar e saber quem eu sou.
Prefiro assim, sem descobrir, talvez você saiba mais de mim do que eu mesma.


J.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Fragmentos Randomicos

De cada fala
eu pago
da sua conta
o preço

De cada afago falso
eu peço a verdade
um beijo

Um começo
longo
perto de mim
o colo

Se eu peço muito
me entenda
se eu peço a fuga
o fogo

Só segure minhas mãos confusas e venha
siga o ponto de fuga
e fuja.


Por Dèsireé e Jéssica
 O tempo não me fez esqueçer.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Luz Negra

Como é fácil pra ela dizer que esta triste quando realmente está. E é tão fácil pra ela congelar seu coração e guardá-lo nas profundezas de sua alma. Assim ela se sente melhor, livre pra se entristecer a cada manhã. E ainda diz que está melhor e que agora pode enfim sorrir para a aurora que enobrece seu ser. E que sente vontade de cantarolar quando ninguém olha. Ela pensa até que pode olhar para alguém e ter vontade de estar bem perto daquele calor lancinante que exala das almas tão quentes e vivas. E seus olhos não estão mais cheios de lágrimas com a freqüência de outrora, dizem até que estão mais castanhos e vivos. Quem olha pra ela assim de longe, jura que ainda existe um brilho especial sobre ela.
Ela congelou seu coração e guardou nas profundezas de sua alma. E agora ela quer viver assim pra sempre, sem esse atropelo de emoções que jamais pôde controlar. Continua com idéias contraditórias, querendo ser compreendida quando nem ao menos pode agüentar seu coração pulsando no peito.
Como eu queria ter o poder de resgatá-la desse caminho incerto que insiste em seguir. Queria poder segurar em seu braço com força pra que não saísse correndo, fugindo, chorando e de olhos fechados. Fazê-la encarar o mundo.
Pare de ter medo. Pare de fugir. Veja o brilho desta manhã única, que pode te mostrar mais do que melancolia. Tire do rosto esse ar cansado, que pesa quando te olham.
Ela conseguiu sorrir quando o dia chegou ao fim, e também quando a manhã raiou com o sol quente do verão. Ela terminou de chorar suas dores por enquanto, por que conseguiu dissipar a névoa que impedia que enxergasse com clareza, e conseguiu enfim tornar seu coração duro e frio. Como ela pode fazer isso? De certo não sei dizer, mas posso arriscar que foi para se proteger de si mesma.

D.

sábado, 11 de setembro de 2010

Dois pássaros

Queria estar consciente de pelo menos metade de minhas decisões, queria poder saber o que fazer agora.
Eu posso te ver nos meus olhos quando eles brilham, não é só amizade, é também um romance. E se você quiser podemos dançar essa musica. E começaremos juntos, sentaremos calados entre a bagunça, e descreveremos os motivos por termos um ao outro, repetiremos o não dito por várias vezes. Seguindo o mesmo caminho, olharemos as estrelas na beira da piscina vazia e iremos rever suas trilogias preferidas.
Chegamos onde eu nunca imaginei que chegaríamos, vi nos seus olhos a verdade. A amizade em sua forma pura e intrínseca. Aquela predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro.
Eu vou acreditar em tudo,
não há nada que eu não vá entender,
eu não soltarei sua mão.


J.

domingo, 5 de setembro de 2010

Nem tudo precisa ter nome

Quero me perder em alguma esquina por aí, alguma curva qualquer desse caminho que sigo.
Quero saber o quanto tenho a ganhar ou perder, e arriscar.
Cansei de meias verdades, indícios de preocupações mentirosas, dissertações sobre o que é certo! E se eu quiser dramatizar e tornar tudo um pouco mais divertido. Se eu sinto a necessidade de coisas intensas? Cansei do superficial, o fútil.
O fruto forte da casa não sou eu. É que temos que saber o que queremos, e decidir. Ser exatos e certeiros em todas as ações previamente articuladas num plano meticuloso e sujo.
Mas é que não tenho a pretensão de carregar o mundo, tenho a pretensão de ser carregada por ele.

D.